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Por Que Maria Madalena é Chamada de Lilith em The Chosen?

Descubra o porquê Maria Madalena é chamada de Lilith em The Chosen, e se isso é considerado “acréscimo as Escrituras”.

Portal The Chosen
5 min readAug 15, 2021
Cena do episódio 6 da Temporada 2 | Créditos: The Chosen Cenas

Este artigo é sobre Maria Madalena. Não sobre Maria, a mãe de Jesus.

Maria Madalena se chamava Lilith?

Não. Ela nunca foi chamada de Lilith na Bíblia.

The Chosen e a Bíblia são duas coisas diferentes. Apesar de The Chosen se inspirar nos Evangelhos como base para criar os episódios, a série não é, e não se considera, a Bíblia. No último parágrafo deste artigo, Dallas Jenkins (criador da série) explica toda esta questão de The Chosen vs Bíblia.

História de Maria Madalena em The Chosen

Pôster de Maria Madalena, interpretada pela Elizabeth Tabish

Em The Chosen, Maria Madalena é uma mulher que perdeu o pai quando criança e que foi abusada sexualmente por um soldado Romano. Ambas tragédias estão presentes no episódio 1 da 1ª Temporada. Em meio a tantos traumas, em algum ponto, ela foi possuída por 7 demônios, que é mencionado em Lucas 8:2.

A ideia de chamar Maria Madalena de Lilith foi do roteirista Tyler Thompson. E já adiantando, o nome Lilith não foi uma referência a segundo esposa de Adão, uma heresia antiga.

The Chosen tem 3 únicos roteiristas, são eles: Dallas Jenkins, Ryan Swanson e Tyler Thompson.

Os três únicos roteiristas de The Chosen | Imagem: Abertura da série

O Porquê Maria Madalena é Chamada de Lilith

Quando perguntei ao Tyler Thompson (Roteirista de The Chosen) no Instagram sobre o porquê de chamar Maria Madalena de Lilith, ele me respondeu com estas exatas palavras:

Escolhemos o nome Lilith por causa de sua associação com mitologias demoníacas judaicas. Também porque a palavra hebraica “lilit” tem associações com noite e escuridão, e queríamos retratar Maria como alguém que estava presa na escuridão espiritual, separada de Deus, de si mesma e dos outros.

Reflita comigo. Ter um nome é se tornar um indivíduo. Mesmo que existam outras pessoas com nome igual ao seu, você continua sendo único, porque existem histórias, experiências e pessoas ligadas ao seu nome. Trocar o seu nome por outro pode dizer muita coisa. No caso de Maria Madalena, ela quis esquecer/apagar seu passado.

Episódio 1 do Deep Dive. Da esquerda para direita: Dallas Jenkins, David Guffey, Jason Sobel e Doug Huffman

Segundo Dallas no ¹Deep Dive (No minuto 35:46 do episódio 1), Lilith é o nome que Maria Madalena se deu como uma forma de escapar de seu passado, de negar quem ela realmente era.

¹Deep Dive é uma aba do aplicativo [na 3ª coluna —Extras) de The Chosen, onde Dallas Jenkins (criador de The Chosen) conversa com um Rabino Messiânico (Jason Sobel), um Especialista Evangélico (Doug Huffman) e um Padre Católico (David Guffey) sobre os episódios — Inclusive, estas três pessoas atuam como consultores, aconselhando Dallas em suas decisões de roteiro.

The Chosen vs Bíblia

Muita gente não gostou deste acréscimo na série, de dar um segundo nome para Maria Madalena. Estas pessoas afirmam que se não está na Bíblia, não faz sentido nenhum colocar na série. Você concorda com isso?

Dallas Jenkins, criador de The Chosen | Foto: Instagram

Dallas Jenkins, após ter visto inúmeros comentários deste tipo, fez uma publicação no Instagram explicando a situação:

Importante Distinção:

The Chosen não é uma dramatização das Escrituras.

É uma dramatização de um grupo de pessoas no século I da Galiléia, como qualquer drama histórico.

Não estamos em nenhum lugar no universo em pé de igualdade com a Palavra de Deus — os dois não podem nem mesmo ser comparados.

Deixe-me ser claro… a série usa as Escrituras como sua principal MOTIVAÇÃO e fonte central de verdade. É claro que não contradizemos as Escrituras, é claro que não mudamos nenhuma das histórias quando as retratamos a partir das Escrituras e, claro, honramos e respeitamos as Escrituras. E um dos meus muitos objetivos com este projeto é apontar as pessoas para a Bíblia.

Mas a grande maioria do conteúdo não é das Escrituras. A maior parte do nosso conteúdo (diálogos, batidas de histórias, etc.) é imaginação artística baseada no que acreditamos ser plausível sobre o povo da Galiléia do século I. E eu acredito que essa série pode acabar sendo considerado o retrato definitivo dessas PESSOAS.

Mas embora as Escrituras sejam nossa fonte primária de história e sabedoria, e é claro que primeiro lemos as histórias dos evangelhos e depois trabalhamos para trás e a partir delas… Nós também usamos muitas informações históricas e culturais que não são mencionadas nas Escrituras.

Esta é uma distinção importante. Por quê? Porque nunca devemos ser confundidos com a Bíblia, nunca devemos substituí-la, e quando as pessoas dizem: “Espere um minuto, aquela cena / linha / personagem não estava na Bíblia”, isso não deve ser visto como um contradição com a Palavra de Deus. A Palavra de Deus não precisa ser melhorada ou aprimorada ou animada ou mudada; e nossa série não tem a intenção de fazer isso. Não somos a Palavra de Deus.

The Chosen pretende ser uma série significativa, divertida e impactante sobre Jesus de Nazaré e os homens e mulheres que O encontraram. A Bíblia é sua própria coisa milagrosa, e se nossa série pode apontar a Bíblia para as pessoas, isso é incrível. E o fato de que literalmente centenas de milhares de pessoas nos disseram que estão lendo mais a Bíblia por causa da série significa que nós e eles temos prioridades corretas.

Mas a Bíblia não é uma série de TV e não foi escrita para ser transformada em uma. A Bíblia e The Chosen são meios completamente diferentes, e nós não afirmamos estar confundindo os dois.

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